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  • Foto do escritorMauro Popovs

Roteiro e história dos Templários em Portugal

Atualizado: 11 de mar.

Conheça a importância da presença da Ordem dos Templários em Portugal


*Imagem da estátua de guerreiro templário frente a igreja de São João Batista em Tomar / Portugal

A ordem dos Cavaleiros Templários estabeleceu-se em Portugal no século XII, inicialmente ajudando os Reis da época nas reconquistas Cristãs contra o domínio Muçulmano/Mouro. Posteriormente se tornando um local de refúgio e proteção da própria Ordem. O ano de 1128 marca a presença da Ordem dos Cavaleiros Templários em terras Portuguesas, sendo que o papel da ordem foi de extrema importância na reconquista de locais anteriormente dominados pelos muçulmanos, na ocasião chamados também de Mouros. A Ordem ganhou prestígio e força por ser um aliado importante da Coroa Portuguesa, e este foi um dos motivos da Ordem dos Cavaleiros Templários que estavam em Portugal não sofrerem represálias e não serem condenados a morte, ao contrário de outros países, caso de Israel na Terra Santa e diversos países da Europa. Em Portugal o Rei D. Dinis criou a "Ordem de Cristo", desta forma protegeu inclusive os bens da Ordem original.

A Ordem dos pobres cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão, conhecidos também por Cavaleiros Templários foi criada na Terra Santa, em Jerusalém / Israel. (Caso tenham interesse em conhecer sua origem e história, os convido a acessar o link "Roteiros Templários na Terra Santa")

Não demorou para que os Templários pisassem em terras lusitanas, e logo após a fundação de Portugal, a condessa D. Teresa doou o Castelo de Soure para a Ordem, na data de 19 de março de 1128. Na ocasião o evento aconteceu na cidade de Braga ao norte de Portugal, contando com a presença de Raymond Bernard, cavaleiro recrutado pelo fundador da Ordem, o Grão-Mestre Hugo de Payens.


Após os primeiros 16 anos em Terras Portuguesas, a Ordem de Cristo havia prosperado e conquistado bens e recrutado novos membros. Seu batismo de fogo aconteceu na data de 1144, quando o alcaide Mouro de Santarém atacou o Castelo de Soure. Nesta ocasião os Mouros conquistaram o Castelo de Soure e aprisionaram diversos Templários. No ano seguinte Fernão Mendes de Bragança doou o Castelo de Longroiva para a Ordem. E no ano de 1147, guerreiros Templários em número reduzido de combatentes escalou os muros da cidade de Santarém, de forma furtiva, á noite e conquistaram a cidade novamente para o controle do reinado de Portugal. A importância da presença da Ordem não se dava apenas na proteção ou conquista de terras dominadas pelos Mouros, mas na povoação de territórios devastados pela guerra. Devido a sua força de proteção, diversas famílias se estabeleceram novamente nestes locais e através de tecnologias agrícolas trazidas da Terra Santa em transformar terras desertas em produtivas. A técnica de economia de escala usado na produção ajudou no crescimento destas regiões antes destruídas em terras férteis, caso das terras á margem do Rio Zezerê. O excedente da produção eram vendidos nos mercados urbanos, gerando renda para as famílias e fazendo a economia local crescer.


O Castelo Medieval de São Jorge em Lisboa

Normalmente voos provenientes do Brasil, costumam pousar no Aeroporto de Lisboa. Por este motivo, vou começar a falar do Tour Templário por um Castelo Medieval que se pode ser visto pela maioria das regiões centrais de Lisboa. Classificado como monumento nacional no ano de 1910, este Castelo oferece uma vista maravilhosa da cidade de Lisboa e o estuário do Rio Tejo.


Vista do mirante do Castelo de São Jorge em LIsboa

Quando tirei esta foto em 2020 o valor de entrada custava € 10 e hoje o valor é de € 15, em nosso tour obviamente todos os ingressos estarão inclusos, mas caso vá sozinho, é sempre bom levar dinheiro. Nos lugares turísticos normalmente aceitam cartão de crédito, mas na Europa é sempre bom levar dinheiro (Euros), facilita a vida e é seguro.


Estátua do Rei D. Afonso Henriques ao centro do Castelo de São Jorge / Lisboa

As primeiras mulharas do Castelo de São Jorge foi construído no séc. II a.C. Mas fora reconstruído por muitas vezes ao longo do tempo. O nome do Castelo foi dado em homenagem ao Santo Católico Padroeiro dos Cavaleiros Templários e Cruzados, nomeado por D. João I no séc. XIV.

O local onde está situado o Castelo de São Jorge, por sua posição estratégica no alto da colina da cidade de Lisboa, já serviu como base de operações do exército de Roma, liderado pelo Cônsul Décimo Justo Bruto Galaico no ano 139 a.C., na época o exército romano lutava contra o Lusitanos. No século VIII o Castelo e a região fora conquistada pelos Mouros, nesta época o nome do Castelo foi chamado de "Al-Ushbuna", e a chamada "Cerca Moura" foi edificada no período tardo-romano, tendo sido reconstruída e aumentada no período de conquista pelos Muçulmanos. A reconquista Cristã da região ocorreu logo após a conquista da região de Santarém, as forças reunidas de D. Afonso Henriques (1112 -1185) onde Cavaleiros Cruzados Normandos, Flamengos, Alemães e Ingleses que se dirigiam á Terra Santa se juntaram na reconquista do Castelo. A investida militar durou mais de 03 meses de incessantes ataques aos Muçulmanos, que ocorreu no ano de 1147. A prova absoluta da devoção dos Cavaleiros foi descrita através de feito heroico de um dos Cavaleiros Cruzados Inglês, chamado "Martin Moniz", que ao avistar a porta entreaberta, sacrificou a própria vida ao interpor seu corpo no vão, desta forma os Mouros não conseguiram fechar a porta e permitiu o acesso dos Cavaleiros e assim conquistaram a vitória.



O Castelo Medieval de Tomar

O Castelo de Tomar está classificado como Monumento Nacional desde 1910 e como Património da Humanidade pela UNESCO desde 1983.


O Castelo de Tomar é o principal local dos Templários em Portugal, localiza-se na região do Ribadejo, na freguesia de Tomar e Santa Maria dos Olivais, no distrito de Santarém. O castelo integra o grande conjunto arquitetônico do Convento de Cristo, rumo a rota Norte para quem sai de Lisboa à caminho da cidade do Porto.

Na data de 01 de março de 1160, por ordem do Mestre dos Templários "D. Gualdim Pais" construiu o famoso Castelo de Tomar. O local arquitetado com o propósito de reverenciar a Ordem Templária, com inovações arquitetônicas de engenharia militar inspiradas e baseadas nos Castelos da Terra Santa.


Muros semelhantes as mulharas de Jerusalem


Entrada principal do Conveto de Cristo

Além de sua estrutura militar, foram criados diversos meios de comunicação secretos, através de simbologias esculpidas nas paredes do Castelo que apenas os Monges Templários pudessem entender e se localizar dentro e fora do castelo. Tais como registradas nas fotos abaixo.



A arquitetura interna da nave da igreja, teve a inspiração no Domo da Rocha no Monte do Templo de Jerusalém. Após o decreto do Papa Clemente V para o extermínio dos Templários na Europa e na Terra Santa, aqueles que conseguiram chegar em Portugal se guiavam pela simbologia e um dos pontos fortes para destacar que estavam no local certo, é a foto que eu registrei, que mostra uma pietà de São João Batista acolhendo a Virgem Maria. A simbologia seria o acolhimento aos Monges Templários, pois São João Batista é o patrono da Ordem.

Vide foto abaixo



A prova de fogo para os Templários do Castelo de Tomar aconteceu no ano de 1190, chefiados presencialmente pelo Califa, onde os Amóadas cercaram o Castelo e desferiram um poderoso ataque, mas não obtiveram sucesso contra os Monges Templários.



A relação dos principais locais onde foram associados a presença dos Cavaleiros da Ordem do Templo ocuparam em sua jornada em terras Portuguesas:


  • Castelo de Soure

  • Castelo de Tomar

  • Castelo de Castelo Branco

  • Castelo de Pombal

  • Castelo de Penas Róias

  • Castelo de Ega

  • Castelo de Mogadouro

  • Castelo de Longroiva

  • Castelo de Ródão

  • Castelo de Castelo Novo

  • Castelo de Penha Garcia

  • Castelo de Almourol

  • Castelo de Montalvão

  • Castelo de Monsaraz e vila de Monsaraz

  • Castelo de Redinha

  • Castelo de Nisa

  • Castelo de Alpalhão

  • Castelo de Zêzere

  • Castelo de Cardiga

  • Castelo de Vila do Touro

  • Castelo de Segura

  • Castelo de Monsanto

  • Castelo de Salvaterra do Extremo

  • Castelo de Rosmaninhal

  • Castelo de Penamacor

  • Castelo de Bemposta

  • Castelo de Proença-a-Velha

  • Castelo de Idanha-a-Velha

  • Castelo de Idanha-a-Nova

  • Torre templária de Idanha-a-Velha

Igrejas

  • Igreja de Santa Maria dos Olivais

  • Igreja de Santa Maria da Alcáçova (Santarém)

  • Igreja de Santiago de Antas

  • Igreja de São João Evangelista do Alfange


Presença Templária nas batalhas de defesa de Portugal

A Ordem de Cristo foi essencial para a defesa da fronteira sul de Portugal, no avanço de Algarve, após o "Mestre D. Gualdim Pais" promover o restauro do Castelo de Almourol. Em 30 de Novembro 1165, a Ordem recebeu por doação o Castelo de Monsanto. Doação de terras, tais como Herdade de Açafa no ano de 1199, no qual fora fundada Castelo Branco. Participação na Batalha de Tolosa no ano de 1212 e também na tomada de Alcacér do Sal, ao sul de Lisboa. Batalha promovida pelo Bispo de Lisboa D. Soeiro na época.


Dissolução da Ordem Templária e criação da nova Ordem de Cristo

No ano de 1306, o Papa Clemente V, exigiu o confisco de bens da Ordem dos Templários da Península Ibérica. Obedecendo imediatamente a ordem do Papa, o rei Fernando IV de Leão e Castela se apropriou dos bens da Ordem, o rei D. Dinis tomou outra ação de apenas em 1309 cumpriu parte da exigência Papal. Na data de 31 de Janeiro de 1310, o rei D. Dinis assinou um pacto com os reis Fernando de Castela e Jaime II de Aragão contra o Vaticano, caso reivindicasse os bens dos Cavaleiros Templários para a igreja. A ordem final seria que os bens da extinta Ordem Templária fosse transferida totalmente para o controle da Ordem dos Cavaleiros Hospitalários, ação que não seria interessante para Portugal. Por fim, na data de 14 de Março de 1319 a nova Ordem de Cristo foi oficializada pela Bula Papal "Ad Ea Exquibus", desta forma o Rei D. Dinis entregou a "Nova Ordem" todos os bens pertencentes aos Cavaleiros Templários, sendo Castelos e terras conquistadas ou doadas. Gil Martins foi nomeado Grão-Mestre da Nova Ordem e os antigos Monges Templários foram integrados na Ordem dos Cavaleiros de Cristo. Sendo assim, o último Mestre do Templo em Portugal, D. Vasco Fernandes abandonou seu cargo de comendador de Montalvão, na fronteira com a Espanha, e reintegrou-se á Ordem dos Cavaleiros de Cristo, e como os demais antigos Templários adotou em sua assinatura "Quondam miles templi", ou seja, "Outrora Cavaleiro Templário".



Rota dos Templários em Portugal

Portugal é um país privilegiado pela mística dos Templários. D. Afonso Henriques logo na sua primeira carta de doação à Ordem do Templo deixou registado que é «irmão» da Ordem. Tratou-se do Castelo de Soure, lugar onde poderemos iniciar o nosso tour em direção ao Castelo de Pombal, para depois chegarmos ao grande centro espiritual e militar dos Templários portugueses: A cidade de Tomar.

Tomar merece a visita de um dia inteiro. Aconselhamos a observação prolongada da Igreja gótica de Santa Maria do Olival, lugar que foi panteão dos mestres templários e ainda hoje respira a história dos Cavaleiros. A estrela de cinco pontas, símbolo do Homem espiritualmente realizado, nos recebe na entrada que nos leva até à bela Nª Sr.ª do Leite. Em pleno centro, encontramos o templo dedicado a João Batista, onde merece especial atenção a enigmática pintura de Melquisedeque, autoria de Gregório Lopes, século XVI, onde um judeu, um muçulmano e um cristão evocando a harmonia entre as religiões e a sua essência comum. Naturalmente o Castelo e Convento de Cristo merecem visita prolongada. Mais do que racionalizar, temos que sentir e entender todos aqueles símbolos.

Seguindo pela borda do Tejo encontramos um dos mais belos castelos templários, o de Almourol.

Mas os Templários também marcaram uma forte presença em toda a linha da raia beirã. Castelo Novo (Fundão) encimado pela mística Senhora da Penha é um lugar mágico que recebe toda a força telúrica da Serra da Gardunha. Mais a sul, merece especial atenção a região das Idanhas, com destaque para Monsanto e Idanha-a-Velha, antiga Egitânia romana. A norte encontra-se uma linha importante de castelos templários, como o de Longroiva, mas para fechar com chave de ouro, sem dúvida, a mágica aldeia de Vilar Maior. Onde a Prof.ª Delfina contribuirá com as explicações ao abrir o Museu.




Obrigado por terem chegado até aqui! Eu sou o Mauro Popovs criador do roteiro Templário e Cruzado na Terra Santa, guia de Oriente Médio a serviço da empresa Europax Operadora Turística de Portugal. Agradeço novamente por seu interesse pelo roteiro e me coloco á disposição para ajudá-lo a fazer a melhor viagem de sua vida.

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Mauro Popovs

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